13 de maio de 2010

Andar.

O ser humano é muito complexo. Arriscaria a dizer demasiado complexo, do ponto de vista da pequenez de quem perdeu o rumo à Vida. Parar para pensar já é em vão. Quando o Mundo treme, não se pode parar. O equilíbrio é recuperado mais rápido em movimento (assim o determina a Física).

A conversa daquele sábio sempre vincava a importância dos caminhos. Seria muito mais fácil percorrer uma estrada se esta fosse direita, em terreno plano e alcatroado. Mas a Vida não o deixa e existem curvas, desvios, buracos e lombas. Então, por vezes e não querendo estragar já o carro que tão novo ainda é, procuram-se atalhos. Para quem sabe, é fácil escolher que atalho seguir. E ainda mais fácil é percorre-lo, sabendo qual é o seu fim, conhecendo cada curva e contra-curva, cada acidente de que se desviar.

Não é nesse grupo que a maioria se enquadra, a maioria vive como puros turistas tentado não se desviar da estrada principal. Quando o têm de fazer, vem aquele nervosinho juntamente com a dose de adrenalina, escolher um desvio, iniciar uma aventura. Muitas vezes a intuição leva-nos a escolher o atalho certo, outras vezes... "Virar à esquerda ou à direita naquele cruzamento?"

E a dúvida instala-se, mas inconscientemente escolhemos... O tempo piora, surge o desejo de um sítio seguro e lá se vai seguindo o atalho que o Destino (ou como lhe queiram chamar) nos incutiu a escolher.

Agora fazem-se as preces para que o atalho seja bom, para que nos leve ao porto seguro sem grandes percalços.

Se não foi o melhor? Há que seguir até encontrar o cruzamento que nos leve de novo à estrada principal, direita, em terreno plano e alcatroado.

E confiar mais uma vez na imperfeição que nos guia, que seja o rumo certo... Não deixar os braços cair porque o Destino nos prega partidas logo quando pensávamos que o caminho era o certo a seguir. Andar.

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