29 de março de 2010

Amanhã desligo-me do mundo.

Não quero pensar no futuro, não o quero relacionar com o presente embora isso inevitávelmente aconteça na minha cabeça. Quero pensar só em mim, no melhor e no pior, no que me fará rir ou chorar. Amanhã desligo-me do mundo. Vou ficar sozinha e isolada, com as mãos no volante, à beira de um rio, no meio das vinhas ou no cimo de um monte onde nem rede para o telemóvel há.

Espero quando voltar ter a resposta. Eu não sei, eu não conheço as pessoas.. Não quero pensar no futuro, quero pensar em mim e aqui não consigo.

28 de março de 2010

Decisão.

Tomada de decisões é o processo pelo qual são escolhidas algumas ou apenas uma entre muitas alternativas para as acções a serem realizadas.

O conceito do vocábulo decisão é constituído por de (que vem do latim e significa parar, extrair, interromper) que se antepõe à palavra caedere (que significa cindir, cortar). Sendo assim, literalmente significa “parar de cortar” ou “deixar fluir” (Gomes L.; Gomes C.; Almeida, 2006).

Chiavenato (1997, p. 710) elucida ao definir decisão como “o processo de análise e escolha entre várias alternativas disponíveis do curso de acção que a pessoa deverá seguir”.

Decidir é posicionar-se em relação ao futuro (Gomes L.; Gomes C.; Almeida, 2006).

Tomada de decisão, segundo Oliveira (2004), nada mais é do que a conversão das informações em acção, assim sendo, decisão é a acção tomada com base na apreciação de informações. Decidir é recomendar entre vários caminhos alternativos que levam a determinado resultado.

As decisões são escolhas tomadas com base em propósitos, são acções orientadas para determinado objectivo e o alcance deste objectivo determina a eficiência do processo de tomada de decisão.

A decisão pode ser tomada a partir de probabilidades, possibilidades e/ou alternativas. Para toda acção existe uma reacção e, portanto, são nas reacções que são baseadas as decisões.

A decisão é mais do que a simples escolha entre alternativas, sendo necessário prever os efeitos futuros da escolha, considerando todos os reflexos possíveis que ela pode causar no momento presente e no futuro.

Modernamente entende-se que é impossível encontrar num processo de decisão a melhor alternativa o que faz com que sejam buscadas as alternativas satisfatórias, ou seja, na prática o que se busca é a alternativa que, mesmo não sendo a melhor, leve para o alcance do objectivo da decisão.

23 de março de 2010

Ponto de Viragem.

As vezes queremos (e precisamos) tanto que alguma coisa aconteça na nossa vida e ela demora cada vez mais. As vezes precisamos de uma porta aberta, de uma luz que ilumine o caminho e de uma rajada de vento que nos empurre para ele. E esperamos, desesperamos mergulhados em ansiedade porque nunca mais chega. E quanto mais queremos mais tempo demora. E quanto mais precisamos mais nos perdemos. E a vida fica enevoada, em suspenso e quase se desiste. Até que parei e pensei:

Será que essa coisa passou por mim e eu a deixei escapar?

Ponto de Viragem.

14 de março de 2010

Voar.

Eu queria ser astronauta .. o meu país não deixou !
Depois quis ir jogar á bola .. a minha mãe não deixou!
Tive vontade de voltar á escola .. mas o doutor não deixou !
Fechei os olhos e tentei dormir .. aquela dor não deixou !

Oh meu anjo da guarda faz-me voltar a sonhar ..
Faz-me ser astronauta e voar !

O meu quarto é o meu mundo ... o ecrã é a janela !
Não choro em frente à minha mãe ... eu que gosto tanto dela !
Mas esta dor não quer desaparecer ... Vai-me levar com ela !

Oh meu anjo da guarda faz-me voltar a sonhar ..
Faz-me ser astronauta e voar !

Acordar meter os pes no chão ... levantar pegar no que tens mais à mão !
Voltar a rir .. Voltar a andar .. Voltar! Voltar!

Voltarei !

Acordar meter os pes no chao ... levantar pegar no que tens mais à mão !
Voltar a rir .. Voltar a andar .. Voltarei!

11 de março de 2010

Suspenso.

Há dias em que não sabemos pura e simplesmente o que dizer. Há dias que não temos razões que justifiquem isso. Hoje é um desses dias.
Hoje precisava de um texto bonito, de uma coisa estruturada, certa, sem desvios possíveis, perfeita. Também porque os meus últimos dias foram passados a incutir naquela coisinha chamada “cérebro” esse tipo de coisas cientificamente correctas, que são assim e são assim mesmo, que são assim porque são e não interessa o porquê. Mas mais porque era exactamente agora que precisava de indicações no caminho assim: setas, placas que me indicassem a direcção certa e que essa fosse mesmo a certa, sem desvios possíveis e sem qualquer probabilidade de não dar certo.
Dou por mim a olhar para o vazio, a estar rodeada de pessoas e sentir-me sozinha, a adorar cada pormenor, cada olhar, cada gesto que me toca e a entristecer-me com cada pormenor que não me toca. Desorientada? Talvez, mas mais desiludida. Triste? Talvez essa seja a palavra certa. Mas quem nunca o fica? As vezes o que se toma por seguro começa a escapar-nos por entre os dedos, agarras e continua a escapar, puxas para ti e escapa cada vez mais… Sabes que tens de bater o pé mas não o fazes, pensas que tudo se resolve com palavras e uma boa dose de paciência. Eu acredito nisso. E (há quem diga que por idiotice) não quero deixar de acreditar.
Gostava de não me deixar afectar, gostava de sorrir sempre, de acordar com o sol nos olhos mesmo quando chove. Não o sou e nunca o serei, por mais que tente mudar (e tento mesmo mudar). Por isso me entristeço quando certa coisa não me toca, com certas palavras, por mais que para quem as fala elas não signifiquem nada disso. Há dias em que nos cansamos mesmo e nesses dias procuramos um abrigo. Procuramos segurança naqueles que nos estão mais próximos, o ombro para deitar a cabeça e fechar os olhos. Sabendo que esse mesmo ombro vai lá estar mesmo que adormeças.
Assim, temporariamente e para meu bem, abandono a minha viagem. Até que encontre a direcção certa a tomar. Até que tudo fique claro na minha alma. Até que me encontre.

8 de março de 2010

Dia Sete.

Cheia de folhas para saber/ler/decorar... Atrasos na viagem, curvas, mas tudo o que começa tem de ter um fim. Pedras no caminho em forma de chuva.



"Entre a chuva dissolvente
No meu caminho de casa
Dou comigo na corrente
Desta gente que se arrasta
Metro, túnel, confusão
Entre súor despertino
Mergulho na multidão
No dia a dia sem destino
Putos que crescem sem se ver
Basta pô-los em frente à televisão
Hão-de um dia se esquecer
Rasgar retratos, largar-me a mão
Hão-de um dia se esquecer
Como eu quando cresci
Será que ainda te lembras
Do que fizeram por ti?
E o que foi feito de ti?
E o que foi feito de mim?
E o que foi feito de ti?
Já me lembrei, já me esqueci
Quando te livrares do peso
Desse amor que não entendes
Vais sentir uma outra força
Como que uma falta imensa
E quando deres por ti
Entre a chuva dissolvente
És o pai de uma criança
No seu caminho de casa
E o que foi feito de ti?
E o que foi feito de mim?
E o que foi feito de ti?
Já me lembrei...
Já me lembrei, já me esqueci"

6 de março de 2010

Dia Seis.

"Chove lá fora como na rua"

Maldito seja este tempo plumbio que nunca mais se vai embora. Ah, dias de sol onde estão?

Mais um dia em que o estudo não me deixou ler as histórias, mas não faz mal... Elas vieram até mim de outra maneira.

Sozinha numa casa, só eu e mim mesma, estava eu de volta do pudim (maldito pudim que deu tanto trabalho mas ficou tão saboroso) e das claras em castelo saiam pedaços da minha vida, da mesma maneira que eu batia nas claras eles batiam em mim. E o meu dia desabou e não parava de chover. Já em processo de liquidação neuronal, foram as gotas da chuva da qual estou tão farta que vieram em meu socorro... Enfim, as vezes temos os nossos melhores amigos no que achamos serem os nossos piores inimigos (ou serão melhores inimigos?)... Redundâncias, apenas.

Agora minha: chove lá fora como aqui dentro!

5 de março de 2010

Dia Cinco.




Can you help me out?
Can you let me a hand?
It's safe to say that
I'm stuck again

Trapped between this life and the light
I just can't figure out
How to make it right

A thousand times before
I've wondered if there's something more
Something more...

I feel it's gonna rain like this for days
So let it rain down and wash everything away
I hope that tomorrow the sun will shine
With every tomorrow comes another life

I feel it's gonna rain
For days and days
I feel it's gonna rain

I tried to figure out
I can understand
What it means to live on again

Trapped between the truth and the consequence
Nothings real
Nothings making sense

A thousand times before
I've wondered if there's something more
Something more...

I feel it's gonna rain like this for days
So let it rain down and wash everything away
I hope that tomorrow the sun will shine
I feel it's gonna rain like this
Rain like this
Rain like this

Fall down
Wash away my yesterdays
Fall down
So let the rain fall down on me

I feel it's gonna rain like this for days
Let it rain down and wash everything away
I hope that tomorrow the sun will shine
I feel it's gonna rain like this
Rain like this
Rain like this

I feel it's gonna rain like this
Rain like this

I feel it's gonna rain like this
I feel it's gonna rain...

Dia Quatro.

Actividades académicas e extra-académicas impossibilitaram me a leitura de mais excertos da minha história. Assim, e para que este dia (de ontem) não fique em branco, aqui vai:

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida
morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência.
Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores
impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planeando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

Luiz Fernando Veríssimo

3 de março de 2010

Dia Três.

Finalmente, aceitei-me e aceitei o valor que tens na minha vida. Finalmente, aceitei que me fazes falta, que me fazem falta as conversas. E tudo o que tenho são reclamações, emendas e desprezo. Devo merecer.

1 de março de 2010

Dia Dois.


Porque "uma imagem vale mais que mil palavras"... Hoje não há palavras que esta imagem não tenha.