29 de novembro de 2010
Da janela do meu quarto.
No meio de tanta gente, na cidade, há gente que ainda se sente sozinha.
Tenho saudades de acordar, de manhã, ir a varanda e espreguiçar-me perante uma paisagem de oliveiras, pinheiros, eucaliptos e montes a perder de vista, pensar "é tão bom viver assim".
Hoje do outro lado da janela do meu quarto, cai neve.
No meio de tanta gente, na cidade, que se abriga dos flocos tímidos que vão caindo, há gente que ainda se sente sozinha,.
Tenho saudades do sol, dos dias quentes e das noites amenas, da liberdade de Lisboa.
De quando, apesar de tudo estar trocado, estava tudo bem.
Da janela do meu quarto vê-se a vida, vê-se o encontro mas também se vê gente perdida.
31 de outubro de 2010
Perdoa-me Senhor.
24 de setembro de 2010
From Song Of Myself.
10 de setembro de 2010
18 de agosto de 2010
26 de julho de 2010
Excerto de um Postal.
Escritas há um ano, por uma das pessoas mais importantes na estrada da minha Vida, nunca significaram tanto como agora. Encontrar-me.
23 de julho de 2010
Escrever.
Porquê a vontade de escrever? Num blog? Numa folha de papel solta? Num diário? Talvez pela partilha, pela busca de um diálogo (se bem que o pc não me vai responder), pela necessidade de pôr por escrito aquilo em que a cabeça deambula todo o dia, de assentar ideias.
Pelo partilhar, o que é um bocado vago digamos. No fundo estou a partilhar com quem? Alguém que lê ou o ninguém que lê. É alguém, mas é tão vago. Não é uma presença, não é ter esse alguém ao lado, não é como um telefonema ou uma mensagem escrita. Não é como um amigo, e não há nada melhor que uma longa conversa com um amigo!
Pelo diálogo? Monólogo mais. Ou então basta escrever uma sucessão infindável de parágrafos com travessões e criar duas ou mais personagens a partir de mim mesma. Dava para entreter umas horas! Demasiados rodeios, fugir ao ponto, criar personagens com opinião própria mas no fundo tendenciosas, um dia quando tiver tempo e se seguir pelo caminho da escrita, nos intervalos da futura vida farmacêutica. Ou então quando perder de vez o juízo!
Assentar ideias? Mais por aí talvez. Construir frases, juntar as letrinhas e formar palavras, juntar essas palavras de forma ordenada, no fundo é um reflexo da organização que tentamos impor a quem somos. Quando temos muitos pensamentos ou ideias a bailar, a organização de escrever ajuda a organização invisível do ser. É algo seguro, objectivo e normalizado: substantivo, verbo, adjectivo. Só o dizer, exteriorizar o que nos vai na cabeça, construir com isso frases mais ou menos ordenadas, nos faz sentir melhor. É até surpreendente a leveza que se sente depois de “deitar para fora”.
Disse me alguém que um blogger é um solitário, que escreve porque não tem ninguém com quem partilhar a sua vida e as suas experiências. Ou alguém que tem receio de se dar realmente a conhecer, de construir uma amizade com um alguém verdadeiro e que usa a máscara do computador, onde ganha a liberdade de dizer tudo o que lhe vai na alma e tudo o que não vai, de construir quem gostaria de ser e de não mostrar quem realmente é.
O meu “eu blogger” é alguém que definitivamente não se encaixa nisso. Escrevo porque gosto de partilhar, porque no fundo gosto de escrever (mesmo que não tenha grande jeito para isso), porque escrever acalma-me (não é assim tão estranho), organiza-me e atira-me para fora do meu mundo, do meu cantinho de ideias, no fundo é um empurrão para aprender e encarar o que vai acontecendo. Faço-o à falta daquele alguém verdadeiro que me possa ouvir de imediato, no momento em que preciso (são tantas as vezes que não ouvimos), por diversas razões. Simplesmente, sinto-me bem ao escrever!
20 de julho de 2010
Há certas horas.
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado sem dizer nada.
Há certas horas, quando sentimos que estamos quase a chorar, que desejamos uma presença amiga, a ouvir-nos, paciente, a brincar connosco, a fazer-nos sorrir.
Alguém que ria de nossas piadas sem graça, que ache as nossas tristezas as maiores do mundo, que nos teça elogios sem fim e que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade inquestionável. Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado.
Alguém que nos possa dizer:
Acho que estás errado, mas estou ao teu lado.
Ou alguém que apenas diga:
Estou Aqui!"
William Shakespeare
17 de julho de 2010
Palavra-Chave.
5 de julho de 2010
Fé.
Sentei-me na cama com o pc à frente (contribuir mais para o calor não faz diferença, já é tanto) com a ideia de enumerar situações em que se faça uso da Fé, tendo ela o significado religioso ou um simples e banal. Sendo tantas aquelas em que se usa, são tantas aquelas em que se a perde. Com que objectivo? Auto-convencer-me não, apenas demonstrar a razão de acreditar.
Medo, solidão, sensação de queda, invisibilidade, desamparo, são dos piores sentimentos do Mundo. Não diria “quando tudo à nossa volta parece cair” mas quando “tudo aqui dentro parece cair”. Imensas situações na Vida nos põem a prova em todas as vertentes da mesma: saúde, família, amigos e até o lugar que se escolhe para morar. Isolados ou em conjunto, os problemas surgem assim como as ervas arrebitam depois de uma manhã de chuva copiosa. Há dias em que o sol não sai à rua, como se diz? “Há dias de manhã em que uma pessoa à tarde não devia sair de casa à noite”. E é aqui que a Fé nos dá asas. Como? Está em processo de descoberta. Talvez nunca se saiba, no fundo talvez seja isso… Ter fé na Fé. Na busca da razão de acreditar, de esperar, de sorrir… Marta, busca a Fé. É uma razão sem a ser e é tão ou mais válida como qualquer outra.
Quem diria?
22 de junho de 2010
Find Yourself.
"When you find yourself
In some far off place
And it causes you to rethink some things
You start to sense that slowly
You're becoming someone else
And then you find yourself
When you make new friends in a brand new town
And you start to think about settlin' down
The things that would have been lost on you
Are now clear as a bell
And you find yourself
Yeah that's when you find yourself
Where you go through life
So sure of where you’re headin'
And you wind up lost and it's
The best thing that could have happened
‘Cause sometimes when you lose your way it's really just as well
Because you find yourself
Yeah that’s when you find yourself
When you meet the one
That you've been waitin' for
And she's everything that you want and more
You look at her and you finally start to live for some one else
And then you find yourself
That’s when you find yourself
When we go through life
So sure of where we're headin'
And we wind up lost and it's
The best thing that could have happened
‘Cause sometimes when you lose your way it's really just as well
Because you find yourself
Yeah that's when you find yourself"
Brad Paisley - Find Yourself
10 de junho de 2010
Caminho de Voltar.
"Há sempre um sítio pra fugir,
Se queres saber um sítio onde podes descansar.
Há sempre alguém pra te agarrar, pra te esconder.
Se vais cair eu vou-te ver antes da dança, antes da fuga, eu sei-te ver.
Antes do tempo te mudar eu vou saber, antes da névoa te vestir e te levar,
Há um sítio onde o escuro não chegou pra onde podes ir, um rio pra libertar.
Há sempre alguém pra te salvar, se queres saber, se queres sentir a todo o gás.
Há sempre alguém pra te dizer se vais cair pra te travar e adormecer.
Antes do dia, antes da luta, eu sei-te ver.
Antes da noite te sarar eu vou saber, antes da chuva te romper e te lavar,
Há um sítio onde a estrada te deixou por onde tens que ir se te queres libertar.
E tudo o que for por bem, tudo o que der razão pelo ponto vai ligar.
Tudo te vai unir, tudo se faz canção, no caminho de voltar, no caminho de voltar.
Há sempre paz noutro lugar, entre nuvens,
Um sítio onde podes perceber que há sempre alguém para te ver,
Em segredo, te descobrir e renovar, e renovar.
Te descobrir e renovar.
Te descobrir e renovar.
Te descobrir e renovar."
Tiago Bettencourt & Mantha
13 de maio de 2010
Andar.
A conversa daquele sábio sempre vincava a importância dos caminhos. Seria muito mais fácil percorrer uma estrada se esta fosse direita, em terreno plano e alcatroado. Mas a Vida não o deixa e existem curvas, desvios, buracos e lombas. Então, por vezes e não querendo estragar já o carro que tão novo ainda é, procuram-se atalhos. Para quem sabe, é fácil escolher que atalho seguir. E ainda mais fácil é percorre-lo, sabendo qual é o seu fim, conhecendo cada curva e contra-curva, cada acidente de que se desviar.
Não é nesse grupo que a maioria se enquadra, a maioria vive como puros turistas tentado não se desviar da estrada principal. Quando o têm de fazer, vem aquele nervosinho juntamente com a dose de adrenalina, escolher um desvio, iniciar uma aventura. Muitas vezes a intuição leva-nos a escolher o atalho certo, outras vezes... "Virar à esquerda ou à direita naquele cruzamento?"
E a dúvida instala-se, mas inconscientemente escolhemos... O tempo piora, surge o desejo de um sítio seguro e lá se vai seguindo o atalho que o Destino (ou como lhe queiram chamar) nos incutiu a escolher.
Agora fazem-se as preces para que o atalho seja bom, para que nos leve ao porto seguro sem grandes percalços.
Se não foi o melhor? Há que seguir até encontrar o cruzamento que nos leve de novo à estrada principal, direita, em terreno plano e alcatroado.
E confiar mais uma vez na imperfeição que nos guia, que seja o rumo certo... Não deixar os braços cair porque o Destino nos prega partidas logo quando pensávamos que o caminho era o certo a seguir. Andar.
1 de maio de 2010
Apenas palavras que ficam.
Richard Bach
29 de abril de 2010
Tidal Wave.
Cause I believe you'd unfold your paper heart and wear it on your sleeve
All my life I wish I broke mirrors, instead of promises
Cause all I see, is a shattered conscience staring right back at me
I wish I had covered all my tracks completely cause I'm so afraid
Is that the light at the far end of the tunnel or just the train?
Lift your arms only heaven knows, where the danger grows
And it's safe to say there's a bright light up ahead and help is on the way
(Help is on the way, Help is on the way, Help is on the way...)
Help is on the way
I forget the last time I felt brave, I just recall insecurity
Cause it came down like a tidal wave, and sorrow swept over me
Depression, please cut to the chase and cut a long story short
Oh please be done. How much longer can this drama afford to run?
Fate looks sharp, severs all my ties and breaks whatever doesn't bend
But sadly then, all my heavy hopes just pull me back down again
(Back down again, back down again, back down again...)
I forget the last time I felt brave, I just recall insecurity
Cause it came down like a tidal wave, and sorrow swept over me
Then I was given grace and love, I was blind but now I can see
Cause I found a new hope from above, and courage swept over me
It hurts just to wake up, whenever you're wearing thin
Alone on the outside, so tired of looking in
The end is uncertain and I've never been so afraid
But I don't need a telescope to see that there's hope
And that makes me feel brave"
Owl City - Tidal Wave
26 de abril de 2010
Falling Leaves.
Basking in the glorious autumn
Watching the leaves as they change
From green, from green to orange, yellow and brown
I'm falling down
I'm falling down
My emotions are deceiving me
Blinding my eyes from my nature
Robbing my quiet solitude
Of tranquillity of tranquillity
I'm falling down
I'm falling down
Oh, let these falling leaves cover me
Let me sink into the ground never to be found
Sixpence None The Richer
18 de abril de 2010
As Regras da Sensatez.
"Nunca voltes ao lugar
Onde já foste feliz
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz
Nunca mais voltes à casa
Onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre as lajes do chão
Nada do que por lá vires
Será como no passado
Não queiras reacender
Um lume já apagado
São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez
Por grande a tentação
Que te crie a saudade
Não mates a recordação
Que lembra a felicidade
Nunca voltes ao lugar
Onde o arco-íris se pôs
Só encontrarás a cinza
Que dá na garganta nós
São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez"
3 de abril de 2010
Não sei.
Margarida Rebelo Pinto
29 de março de 2010
Amanhã desligo-me do mundo.
Espero quando voltar ter a resposta. Eu não sei, eu não conheço as pessoas.. Não quero pensar no futuro, quero pensar em mim e aqui não consigo.
28 de março de 2010
Decisão.
Tomada de decisões é o processo pelo qual são escolhidas algumas ou apenas uma entre muitas alternativas para as acções a serem realizadas.
O conceito do vocábulo decisão é constituído por de (que vem do latim e significa parar, extrair, interromper) que se antepõe à palavra caedere (que significa cindir, cortar). Sendo assim, literalmente significa “parar de cortar” ou “deixar fluir” (Gomes L.; Gomes C.; Almeida, 2006).
Chiavenato (1997, p. 710) elucida ao definir decisão como “o processo de análise e escolha entre várias alternativas disponíveis do curso de acção que a pessoa deverá seguir”.
Decidir é posicionar-se em relação ao futuro (Gomes L.; Gomes C.; Almeida, 2006).
Tomada de decisão, segundo Oliveira (2004), nada mais é do que a conversão das informações em acção, assim sendo, decisão é a acção tomada com base na apreciação de informações. Decidir é recomendar entre vários caminhos alternativos que levam a determinado resultado.
As decisões são escolhas tomadas com base em propósitos, são acções orientadas para determinado objectivo e o alcance deste objectivo determina a eficiência do processo de tomada de decisão.
A decisão pode ser tomada a partir de probabilidades, possibilidades e/ou alternativas. Para toda acção existe uma reacção e, portanto, são nas reacções que são baseadas as decisões.
A decisão é mais do que a simples escolha entre alternativas, sendo necessário prever os efeitos futuros da escolha, considerando todos os reflexos possíveis que ela pode causar no momento presente e no futuro.
Modernamente entende-se que é impossível encontrar num processo de decisão a melhor alternativa o que faz com que sejam buscadas as alternativas satisfatórias, ou seja, na prática o que se busca é a alternativa que, mesmo não sendo a melhor, leve para o alcance do objectivo da decisão.
23 de março de 2010
Ponto de Viragem.
Será que essa coisa passou por mim e eu a deixei escapar?
Ponto de Viragem.
14 de março de 2010
Voar.
Depois quis ir jogar á bola .. a minha mãe não deixou!
Tive vontade de voltar á escola .. mas o doutor não deixou !
Fechei os olhos e tentei dormir .. aquela dor não deixou !
Oh meu anjo da guarda faz-me voltar a sonhar ..
Faz-me ser astronauta e voar !
O meu quarto é o meu mundo ... o ecrã é a janela !
Não choro em frente à minha mãe ... eu que gosto tanto dela !
Mas esta dor não quer desaparecer ... Vai-me levar com ela !
Oh meu anjo da guarda faz-me voltar a sonhar ..
Faz-me ser astronauta e voar !
Acordar meter os pes no chão ... levantar pegar no que tens mais à mão !
Voltar a rir .. Voltar a andar .. Voltar! Voltar!
Voltarei !
Acordar meter os pes no chao ... levantar pegar no que tens mais à mão !
Voltar a rir .. Voltar a andar .. Voltarei!
11 de março de 2010
Suspenso.
Hoje precisava de um texto bonito, de uma coisa estruturada, certa, sem desvios possíveis, perfeita. Também porque os meus últimos dias foram passados a incutir naquela coisinha chamada “cérebro” esse tipo de coisas cientificamente correctas, que são assim e são assim mesmo, que são assim porque são e não interessa o porquê. Mas mais porque era exactamente agora que precisava de indicações no caminho assim: setas, placas que me indicassem a direcção certa e que essa fosse mesmo a certa, sem desvios possíveis e sem qualquer probabilidade de não dar certo.
Dou por mim a olhar para o vazio, a estar rodeada de pessoas e sentir-me sozinha, a adorar cada pormenor, cada olhar, cada gesto que me toca e a entristecer-me com cada pormenor que não me toca. Desorientada? Talvez, mas mais desiludida. Triste? Talvez essa seja a palavra certa. Mas quem nunca o fica? As vezes o que se toma por seguro começa a escapar-nos por entre os dedos, agarras e continua a escapar, puxas para ti e escapa cada vez mais… Sabes que tens de bater o pé mas não o fazes, pensas que tudo se resolve com palavras e uma boa dose de paciência. Eu acredito nisso. E (há quem diga que por idiotice) não quero deixar de acreditar.
Gostava de não me deixar afectar, gostava de sorrir sempre, de acordar com o sol nos olhos mesmo quando chove. Não o sou e nunca o serei, por mais que tente mudar (e tento mesmo mudar). Por isso me entristeço quando certa coisa não me toca, com certas palavras, por mais que para quem as fala elas não signifiquem nada disso. Há dias em que nos cansamos mesmo e nesses dias procuramos um abrigo. Procuramos segurança naqueles que nos estão mais próximos, o ombro para deitar a cabeça e fechar os olhos. Sabendo que esse mesmo ombro vai lá estar mesmo que adormeças.
Assim, temporariamente e para meu bem, abandono a minha viagem. Até que encontre a direcção certa a tomar. Até que tudo fique claro na minha alma. Até que me encontre.
8 de março de 2010
Dia Sete.
"Entre a chuva dissolvente
No meu caminho de casa
Dou comigo na corrente
Desta gente que se arrasta
Metro, túnel, confusão
Entre súor despertino
Mergulho na multidão
No dia a dia sem destino
Putos que crescem sem se ver
Basta pô-los em frente à televisão
Hão-de um dia se esquecer
Rasgar retratos, largar-me a mão
Hão-de um dia se esquecer
Como eu quando cresci
Será que ainda te lembras
Do que fizeram por ti?
E o que foi feito de ti?
E o que foi feito de mim?
E o que foi feito de ti?
Já me lembrei, já me esqueci
Quando te livrares do peso
Desse amor que não entendes
Vais sentir uma outra força
Como que uma falta imensa
E quando deres por ti
Entre a chuva dissolvente
És o pai de uma criança
No seu caminho de casa
E o que foi feito de ti?
E o que foi feito de mim?
E o que foi feito de ti?
Já me lembrei...
Já me lembrei, já me esqueci"
6 de março de 2010
Dia Seis.
Maldito seja este tempo plumbio que nunca mais se vai embora. Ah, dias de sol onde estão?
Mais um dia em que o estudo não me deixou ler as histórias, mas não faz mal... Elas vieram até mim de outra maneira.
Sozinha numa casa, só eu e mim mesma, estava eu de volta do pudim (maldito pudim que deu tanto trabalho mas ficou tão saboroso) e das claras em castelo saiam pedaços da minha vida, da mesma maneira que eu batia nas claras eles batiam em mim. E o meu dia desabou e não parava de chover. Já em processo de liquidação neuronal, foram as gotas da chuva da qual estou tão farta que vieram em meu socorro... Enfim, as vezes temos os nossos melhores amigos no que achamos serem os nossos piores inimigos (ou serão melhores inimigos?)... Redundâncias, apenas.
Agora minha: chove lá fora como aqui dentro!
5 de março de 2010
Dia Cinco.
Can you help me out?
Can you let me a hand?
It's safe to say that
I'm stuck again
Trapped between this life and the light
I just can't figure out
How to make it right
A thousand times before
I've wondered if there's something more
Something more...
I feel it's gonna rain like this for days
So let it rain down and wash everything away
I hope that tomorrow the sun will shine
With every tomorrow comes another life
I feel it's gonna rain
For days and days
I feel it's gonna rain
I tried to figure out
I can understand
What it means to live on again
Trapped between the truth and the consequence
Nothings real
Nothings making sense
A thousand times before
I've wondered if there's something more
Something more...
I feel it's gonna rain like this for days
So let it rain down and wash everything away
I hope that tomorrow the sun will shine
I feel it's gonna rain like this
Rain like this
Rain like this
Fall down
Wash away my yesterdays
Fall down
So let the rain fall down on me
I feel it's gonna rain like this for days
Let it rain down and wash everything away
I hope that tomorrow the sun will shine
I feel it's gonna rain like this
Rain like this
Rain like this
I feel it's gonna rain like this
Rain like this
I feel it's gonna rain like this
I feel it's gonna rain...
Dia Quatro.
"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida
morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência.
Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores
impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planeando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."
Luiz Fernando Veríssimo
3 de março de 2010
Dia Três.
1 de março de 2010
28 de fevereiro de 2010
Dia Um.
Dia de hoje marcado pelo 42º aniversário da pessoa que me deu a oportunidade de vir ao Mundo, deixando aqui toda a gratidão possível pelo tempo, energia e paciência que tem tido neste meus quase 20 anos de existência. Parabéns Mãe! Amo-te.
Recuei exactamente dois anos atrás, dias que para mim foram atribulados, em que me perdi e que pensei que mal teria eu feito ao mundo para tudo desabar. Dias que apenas conseguia aguentar com a companhia, carinho, palavras e alento de duas pessoas essenciais neste meu percurso pela estrada universitária. Ao ler todas aquelas linhas, consigo lembrar-me do que senti, do que significavam todas aquelas conversas "em código"... Lembro-me do quanto me apetecia pura e simplesmente cruzar os braços, deitar-me e esperar que tudo passasse, embora soubesse que algo tinha de fazer para mudar. Lembro das lágrimas, das noites sem dormir, dos dias cinzentos, das chamadas a meio da noite para ti só porque não aguentava mais, das noites no jardim (quase a ser atacada por patos)... Mas mais do que isso, lembro-me do quão bem me faziam sentir as conversas, os abraços, o apoio incondicional, os desabafos nas horas críticas, os sorrisos, os poemas...
É desta última parte que hoje e para sempre me quero recordar, que nunca estou sozinha e que nunca deixarei quem gosto sozinha. Por mais que o Mundo desabe e que comecemos a cair num buraco que nos parece sem fundo, há sempre alguém que nos levanta e que nos puxa e nos faz sorrir.
Depois de uma noite atribulada, em que a minha mente misturou toda a situação actual com o que li em sonhos, agradeço-vos por sempre me levarem ao colo... Meus amigos com asas!
27 de fevereiro de 2010
Um dia vou...
E como sei por que data começar, amanhã vai ser o dia um desta viagem rio acima... Espero apenas encontrar bom porto! Já que tempestade sei que irei encontrar, assim como bonança espero...
1 de fevereiro de 2010
Esta cidade!
Esta cidade
Há-de ser uma fronteira
E a verdade
Cada vez menos
Cada vez menos
Verdadeira
Quer eu queira
Quer não queira
Xutos & Pontapés - Esta Cidade
27 de janeiro de 2010
Parar para Reflectir.
"Aproveita agora e pára para reflectir no teu caminho, nas pessoas que tens na tua vida e nas sensações que te proporciona"... Se há algo que sei no fim desta temporada que tanto puxou por mim, que tanto me elevou como me rebaixou é que nunca mais vou deixar de confiar em mim. Mesmo naqueles dias que bato no fundo, que sinto o cansaço no seu auge e que todo o mundo anda literalmente à roda. Mesmo naqueles dias em que parece que todo o esforço não valeu de nada, não valeu a pena. "Nunca deixes de confiar em ti, nunca meu amor".
Depois de tudo, depois da tempestade vem a bonança. Depois de todos os esforços, gritos, esperanças em vão, injustiças e desapontamentos vem o descanso, o sol brilha, os pássaros cantam, a cama acolhe, o luar ilumina a noite que passa a ser como a segunda casa, a lareira e o estalar da lenha nela que projecta as suas formas numa sala às escuras.
Agora sim, agora vou parar para reflectir. E decidir o rumo a tomar, nunca mudando as coisas que estão absolutamente bem na minha vida!